Um amigo especial

A Lara pediu-me para ser eu a escrever esta história. Portanto o que vão ler é a minha visão dos acontecimentos. O meu sentir, o modo como me afetaram.
Para quem lê os nossos textos não é novidade o tipo de relação que temos. O que talvez não se apercebam, ou talvez não tenhamos sabido transmitir, é que para além destas aventuras somos um casal como tantos outros. Com os nossos empregos, família, amigos, etc. A maior parte do tempo não se passa em idas a saunas, nem a festas de swingers ou encontros escaldantes com singles. A maior parte do tempo, descontando o que passa a trabalhar e a dormir, são as rotinas da generalidade dos casais, casa, supermercado, tratar dos gatos. Enfim coisas que certamente nenhum dos nossos leitores estaria interessado em ler.
Somos pois um casal como muitos outros, com as nossas alegrias e as nossas tristezas, os nossos momentos bons e menos bons, os nossos altos e baixos e todas as pequenas coisas que fazem a vida das pessoas comuns.
O que vou contar tem também de certo modo a ver como tudo isto. Não deixará de ser também um relato erótico, mas quero que seja algo mais. Ao aconchego do anonimato que a internet proporciona quero transmitir um pouco do que me vai na alma, como se costuma dizer.
Pois bem, vou tentar contar não apenas os factos à medida que eles se desenrolavam mas também o que senti de bom e de (não diria mau) talvez não tão bom. Que a pena não me traia e que o ânimo não me falte.
Já lá vão uns anos bons desde que tivemos a nossa primeira experiência nestes comportamentos alternativos. Tendo começado por nos aventurar no swing, depressa compreendemos que o que mexia mais connosco tinha mais a ver com cuckold do que com swing. Para quem não está familiarizado com estes termos e sem preocupação de ser exato, posso dizer que swing tem a ver com troca de casais enquanto cuckold tem mais a ver com sexo entre a esposa e um outro homem. É usual empregar o termo hotwife para designar a mulher casada que com o consentimento e incentivo do marido tem sexo extra conjugal. É também usual, embora pessoalmente não goste dos termos, chamar cuck ao marido e bull ao terceiro vértice do triângulo. Nesta nossa relação a Lara é pois uma hotwife. Não sei porquê mas acho este termo (hotwife) sexy e apelativo, enquanto as palavras cuck e bull me soam com uma conotação algo pejorativa. Por isso não as emprego.
Voltando atrás dizia eu que depois das primeiras experiências de swing ambos achamos que o cuckold (ou caudalismo, para usar a língua de Camões) era mais a “nossa praia”. A Lara já no seu primeiro casamento tinha a fantasia de estar com outros homens ou com mais do que um homem. Por receio, por falta de abertura do marido e por todas as razões que nos prendem ao tradicional nunca concretizara essa fantasia. Eu pela minha parte tive sempre também o desejo de experimentar algo diferente, desde estar com duas mulheres até ver a minha mulher com outro homem, participar numa orgia... Também na minha relação anterior, embora tenha ventilado ao de leve essas fantasias com a minha ex, nunca tive do seu lado abertura para tornar realidade algum dos cenários que imaginava. Entendo que este tipo de relação não é para todos os casais, mas tenho também a certeza que muitos homens e muitas das suas amadas esposas sonham secretamente com algo do género. Considero-me um homem de sorte. Tenho uma mulher que me ama e a quem amo profundamente e que me completa neste aspeto.
Mas de facto “a conversa é como as cerejas” – neste caso o monólogo é como as cerejas. Começamos a dizer uma coisa e as ideias vão-se atropelando, passam rasteiras umas às outras, caem e levantam-se e tornam a cair e tornam a levantar-se. Correm como pequenos duendes pelos labirintos do cérbero e empurram-se tentando chegar ao papel primeiro que as outras. Alguma incoerência deste texto advém desta tropelia. E também do facto de os dedos não conseguirem acompanhar no teclado a velocidade do pensamento. Vou pois tentar por um pouco de ordem nestas irrequietas ideias e prosseguir.
Durante estes anos a minha mulher teve a atenção de vários homens. Uns mais que outros. Com alguns teve sexo apenas uma vez como foi de um modo geral o caso de desconhecidos na sauna. Com outros esteve várias vezes. Mas até há cerca de um ano ninguém gozou os seus favores sexuais durante muito tempo. Uns porque deixavam de ser novidade, outros porque achavam que tinham direitos de amante, outros simplesmente porque não eram uma boa queca. É certo que houve alguns que lhe proporcionaram imenso prazer. Vi-a gozar orgasmos intensos com alguns e houve até quem se tornasse numa amizade mais duradoura. Mas estes últimos foram os poucos que realmente entenderam e respeitaram a nossa vida privada, o nosso casamento, enfim a nossa intimidade. Um conselho que serve a todos os singles que queiram um relacionamento com um casal é que respeitem e entendam o seu lugar de terceiros. Nem sempre o casal ou a hotwife estão para aí virados e nada há de pior do que a insistência, os telefonemas chatos e a chusma de mensagens no telemóvel.
A partir de certa altura e para evitar precisamente este tipo de comportamentos as nossas aventuras passaram a ter lugar apenas nas saunas ou nalguma festa particular. Assim não havia “strings”. Não havia laços. Uma noite íamos à sauna, curtíamos, se havia alguém que lhe agradasse ótimo, se não havia ótimo na mesma. Uma ou outra vez algum dos poucos singles com quem tínhamos mantido amizade voltava para uma noite ou uma tarde de sexo e nada mais.
Há pouco mais de um ano aconteceu algo que veio quebrar esta regra. Tudo começou com algumas conversas pelo Skype. Ironicamente havia já muito que praticamente deixáramos de conversar com outras pessoas pela net, fossem essas pessoas sigles ou casais. A Lara perdeu o interesse por essas longas conversas que muitas das vezes mais não eram que tentativas de homens frustrados para se excitarem online. Certamente outros casais deste meio já tiveram essa experiência. Raramente se encontra alguém que consiga cativar. Como eu e ela durante as minhas ausências comunicamos pelo telefone ou por SMS raramente ligávamos o Skype. Podemos pois considerar o que aconteceu como uma exceção a essa regra não escrita. Um dos poucos singles com quem ela tinha gostado realmente de falar meteu conversa numa das poucas ocasiões em que ela estava online. Este individuo a quem vou chamar Alex era educado e não demonstrava aquela necessidade obsessiva de tantos outros de conduzir a conversa para o deboche. Tive acesso a ler as trocas de mensagens iniciais. Embora falassem de sexo (ele demonstrava alguma curiosidade sobre os nossos contos, sobre o funcionamento das saunas e sobre o que ali acontecia) nunca deixou de ter uma atitude educada. Demonstrava alguma cultura e em muitas coisas tinha gostos semelhantes aos da minha mulher. Creio que se foi criando assim uma aproximação entre eles. Um dia ele contou que desenhava e que tinha uma banda desenhada erótica publicada num site da net. A pedido da Lara enviou-lhe, sempre através do Skype, algumas das pranchas que ela depois reenviou para mim. Não tendo eu o mínimo jeito para desenhar achei os desenhos muito bons. Num estilo meio cómico e um tanto exagerado relatavam as aventuras de uma mulher casada. Algo que sem dúvida tinha a ver connosco.
Estas conversas virtuais decorriam durante a minha ausência mas a Lara ia-me pondo ao corrente. Um dia em que estávamos ambos ligados ele meteu conversa com ela e acabamos por teclar os três. Confirmei a opinião positiva que a minha mulher me transmitira sobre ele e naturalmente a conversa discorreu para temas relacionados com sexo e com cuckold. Percebi que a Lara estava entusiasmada e com o seu acordo enviei a Alex algumas fotos dela. Não me recordo de quais fotos enviei mas sei que eram bastante apelativas. Da coleção que tenho de fotografias eróticas e semi pornográficas da minha mulher escolhi algumas onde não era possível ver a face. Nesse dia a conversa ficou por ali. Mais tarde ela disse-me que tinha voltado a falar com ele e que ele lhe tinha também enviado uma foto de tronco nu em que não dava a cara mas mostrava um tórax e uns ombros de quem passa muito tempo no ginásio. Nunca cheguei a ver essa foto mas vi algumas que trocaram mais tarde, bem como vários vídeos que ela recebeu dele. Nestes vídeos, claramente feitos por ele próprio, aparecia em boxers ou abria a breguilha dos jeans exibindo o volume do pénis sem no entanto o mostrar. Penso que foram essas fotos e vídeos que convenceram a Lara.
Tudo isto eu ia sabendo pelo telefone ou por mensagens. Um dia finalmente ela disse-me que tinham marcado um encontro. Ela e um casal nosso amigo, o Pedro e a Mariana de quem já temos falado neste blog, combinaram uma ida à sauna do Montijo e aminha mulher resolveu convidar Alex. Contrariamente a qualquer noção de bom senso combinou com ele, um desconhecido, encontrarem-se à noite no parque de estacionamento de um centro comercial e seguirem dali para a sauna. Mais tarde censurei-a por ter corrido este risco. Felizmente Alex veio a revelar-se pessoa de bem e até mesmo um cavalheiro.
Depois deste primeiro encontro houve muitos outros. De cada vez que a Lara estava com ele ficava mais entusiasmada. Por diversas vezes ela foi dormir com ele num quarto de hotel. Outras tiveram sexo no banco de trás do carro como dois adolescentes, outras ainda ele foi dormir a nossa casa. Para despiste das más-línguas da vizinhança ele era para todos os efeitos um primo dela. Alex tinha uma energia incansável e uma enorme capacidade de recuperação depois de se vir. A minha mulher por seu lado atingia com ele orgasmos com uma facilidade que ela própria desconhecia. Numa das vezes que esteve com ele num motel chegou vir-se dez vezes no espaço de uma noite. Isto contado pelas suas próprias palavras.
Quando ela me contava estas aventuras deixava-me terrivelmente excitado. Pelo telefone inibia-se um pouco mas quando, por mensagens, eu lhe pedia pormenores ela ia-me descrevendo tudo o que fizera. Ela mesma admirava-se como Alex deixava naquele estado. Dizia-me que ficava molhada com as mensagens que trocava com ele. Que se excitava quando ia a conduzir e ele a seu lado tirava o pénis para fora da breguilha e a provocava exibindo-lhe a ereção Que nos dias depois de terem estado juntos, sentia-se tão excitada que se masturbava a pensar nele. Descrevia-me como era o sexo dele, o tamanho, a grossura, o gozo que lhe dava agarrá-lo, senti-lo na mão, lambê-lo, tê-lo na boca. Falava-me das suas espantosas ejaculações e da quantidade de esperma que ele lhe oferecia. De como gostava de o cavalgar como se sentia cheia quando tinha aquele membro teso dentro dela. Muitas foram as vezes em que eu me masturbei depois de uma intensa troca de mensagens em que ela me descrevia o modo como se entregava. Tal era o estado de excitação em que os seus relatos me deixavam.
Muitas vezes eu lhe pedia para me enviar fotos dele a comê-la ou dela a fazer-lhe sexo oral mas recusou sempre. Por isto ou por aquilo havia sempre uma desculpa para não enviar. A única exceção foi uma foto em que ela estava sentada por trás de uma mesa com os seios de fora. E esta foto foi tirada pelo próprio Alex depois de muita insistência minha. Confesso que esta recusa me magoava um pouco. Adoro que a Lara tenha aventuras e sem dúvida dá-me uma tesão enorme saber que ela tem prazer com outros homens. Mas até esse momento estas nossas loucuras tinham sido sempre a dois. Mesmo quando ela tinha anteriormente curtido sem a minha presença não deixava de ser a dois. Nunca a tinha visto ligada a ninguém daquele modo. Ela garantia-me que não havia nenhum envolvimento sentimental e eu nunca pus isso em dúvida. Mas sentia que havia agora algo diferente.
Eu continuava a sugerir e por fim quase a implorar por algumas fotos. A Lara continuava a recusar dizendo que não gostava de tirar fotos, que não tinha jeito ou que não se sentia à vontade. Quando eu insistia ela ficava aborrecida comigo e dizia-me que quanto mais eu insistisse menos vontade tinha de o fazer. Eu então deixava de lhe falar no assunto mas percebia a sua falta de vontade. Quer eu pedisse quer não ela não me iria nunca enviar fotos eróticas e muito menos dela a ter sexo com Alex. Aos poucos foi-se entranhando em mim a sensação penosa de que a minha mulher queria manter aquele relacionamento privado. Que eu estava tacitamente excluído. Claro que isto nunca foi explicitamente dito por ela. Mas para bom entendedor…
Para minha surpresa, um dia em que eu sabia que estavam juntos, recebi uma vídeo chamada através do whatsapp. Estavam os dois no banco de trás do carro e tinham estacionado no meio de um pinhal não muito longe de nossa casa. Era ela que segurava o telemóvel e numa imagem constantemente tremida e agitada pude ver pedaços do que se passava. A Lara estava semi despida, nua da cintura para baixo e com a blusa desapertada. O sutiã tinha sido puxado para cima e os seios estavam a descoberto. O Alex estava sentado no banco, encostado à porta do lado direito e ela meia deitada sobre ele. No ecrã a imagem oscilava constantemente mostrando as coxas abertas da Lara e a mão dele a masturbá-la em movimentos rápidos. De cada vez que a cara da minha mulher aparecia meio desfocada no ecrã eu adivinhava-lhe a expressão de gozo. A certa altura deve ter deixado cair o telemóvel pois durante quase um minuto apenas se via uma superfície cinzenta que eu deduzi ser a parte de trás do banco dianteiro. Depois deve ter sido ele a pegar no aparelho pois a imagens ficou menos confusa. Pude ver por entre as calças desapertadas o pénis dele aparecendo por cima elástico dos boxers. Ele segurava pela base o membro ereto e a Lara abocanhava-o fazendo-o desaparecer entre os lábios. Quando o tirava da boca, ficava por momentos a olhá-lo ou lambia-o por baixo da glande. Depois voltava a chupar e eu percebia que olhava fixamente para a cara dele. Por um momento apenas, os seus olhos fixaram-se na camara e eu percebi que olhava para a minha cara que aparecia no telefone dela. No olhar que me dirigiu eu pude ler o gozo que aquilo lhe dava. Finalmente a camara voltou à mão dela, a imagem voltou a oscilar tropegamente. Tinha uma perna apoiada nas costas do banco de trás e o outro pé na coluna entre as portas do lado esquerdo do carro. Ele masturbava-a movendo freneticamente a mão sobre os lábios vaginais. Ao fim de alguns segundos vi que ela se contraía. Ele parou por momentos mantendo a pressão sobre a vagina da minha mulher e um jato de líquido transparente surgiu por entre os seus dedos. A minha mulher estava a vir-se. Isto repetiu-se uma, duas, três vezes. De cada vez que as suas contrações acalmavam ele recomeçava e nova descarga de fluido jorrava deixando-lhe o interior das coxas encharcado e produzindo uma mancha escura no cinzento do estofo. Escusado será dizer a profunda impressão e a enorme tesão que isto me causou. Incapaz de me conter tirei o pénis para fora e masturbei-me.
Quando por fim a vídeo chamada terminou sentia-me exausto e afogueado e o meu coração batia descompassadamente. O esperma acabado de ejacular escorria-me pela barriga e pelas virilhas e tinha a mão encharcada. Eu próprio não me julgava capaz de produzir tamanha quantidade de sémen. A Lara tinha-me falado por diversas vezes no prazer intenso que ele lhe proporcionava. Na excitação que sentia quando ele lhe tocava e em como ficava molhada quando ele lhe mostrava a ereção. Mas nada me podia ter preparado para ver os seus repetidos orgasmos com os meus próprios olhos, ainda que num pequeno ecrã e com a imagem tremida e sempre a saltar.
Entretanto aproximava-se o dia do meu regresso. Como temos referido em alguns dos nossos relatos anteriores, passo muito tempo fora por razões profissionais. Voltar a casa é sempre uma ocasião desejada e eu comecei a imaginar como seria assistir àqueles encontros escaldantes. Como seria estar presente. Ver a minha querida esposa a cavalgar sobre ele. Ver aqueles seios fartos a baloiçar para cima e para baixo ao ritmo com que ela roçava o púbis de encontro a ele. Ou ver como ele, agarrando-a pelas ancas, a penetrava vigorosamente por trás enquanto ela de gatas, as coxas afastadas, recebia oferecida as suas estocadas. Ver a expressão de prazer estampada no seu rosto, o brilho dos seus olhos. Sentir o aroma de sexo a impregnar o quarto, ouvir os seus gemidos e o clap-clap do corpo dele de encontro às suas nádegas. Na minha cabeça eu ia fazendo estes filmes, ansioso pelo momento em que se tornassem realidade.
Infelizmente isto não estava destinado a ser assim. De cada vez que eu lhe falava em curtirmos a três ou em eu assistir, ela dizia-me que não se ia sentir à vontade. Que iria ficar inibida. Ora isto era algo novo. Até ali nunca se tinha posto essa questão. Continuei sempre a apoiá-la e a incentivá-la. Nunca pus a menor objeção a que ela tivesse sexo com Alex. Antes pelo contrário. Sem dúvida que me dá um gozo enorme saber que a minha mulher tem sexo com outros homens, mas o meu incentivo não advém apenas daí. Tem sobretudo a ver com o amor e a ternura que tenho por ela. Gosto que ela tenha uma vida preenchida em todos os aspetos. E este é sem dúvida um aspeto muito importante. Talvez não tão importante para algumas pessoas, mas para ela é (e é também para mim). A Lara é uma mulher extremamente fogosa, pode-se dizer “fodilhona”. De todas as mulheres que passaram pela minha vida, e foram bastantes, nunca conheci ninguém que tivesse uma apetência tão grande para o sexo. Ela gosta e precisa de se sentir preenchida nesse campo. Por isso sempre a incentivei a perseguir as suas fantasias e a não ter inibições.
Finalmente a minha comissão de serviço terminou e eu regressei a casa. Rapidamente as minhas fantasias de participar ou pelo menos de assistir se desfizeram em fumo. Da parte da Lara as razões apontadas batiam sempre no mesmo ponto. Que não se ia conseguir desinibir, que não se sentia à vontade, enfim que talvez um dia mais tarde isso pudesse acontecer. Mas a verdade é que esse dia não iria chegar.
Poucos dias depois da minha chegada perguntou-me se eu não me importava que fosse passar uma noite com ele. Como sempre incentivei-a dizendo que não me importava, que fosse sim e que gozasse bastante. Nessa noite fui sozinho à sauna do Montijo. Mas a imaginação não me deixava concentrar em nada do que ali via. Na minha cabeça apenas desfilavam em turbilhão as imagens do que estaria a acontecer num certo quarto de hotel. No dia seguinte ela chegou a casa já depois da hora de almoço. As olheiras e o cansaço estampado na face revelavam uma noite mal dormida. Eu esperava ansiosamente pelo relato do que acontecera mas não me atrevia a fazer qualquer pergunta. Foi só depois de várias horas de sono é que a Lara me contou o tinham feito. Deitada nua na cama deixou que as minhas mãos e a minha boca lhe percorressem o corpo enquanto em voz baixa me ia pondo ao corrente do que se passara. Contou-me que tinham jantado num restaurante à beira mar e que durante o jantar ele tirara o pau para fora e, a coberto da toalha de mesa, ela estivera a masturbá-lo. Contou como ao chegarem ao quarto do hotel se ajoelhara à frente dele, lhe desapertara as calças e o chupara. Contou como no duche se debruçara apoiando-se nos azulejos e ela a comera por trás. Contou os vários orgasmos que teve montada em cima dele, a ser penetrada de gatas ou com ele a lambê-la. Não poupou pormenores sobre o tamanho, a grossura e a rijeza do membro de Alex, nem da quantidade de esperma com que ele a encheu.
Perante este relato a minha tesão não parava de aumentar. Ajoelhado a seu lado, o meu sexo elevava-se sobre as suas mamas e da glande pingava por vezes uma gota que lhe escorria pelo mamilo. Com dois dedos afastei-lhe os lábios vaginais e a humidade escorregadia que ali senti disse-me que também ela estava excitada. A Lara ao relatar-me os acontecimentos da noite passada revivia cada um daqueles momentos escaldantes e essas recordações, mais do que as minhas carícias, estavam a deixá-la toda molhada. A visão das suas coxas afastadas mostrando o interior macio e brilhante do sexo atraía-me irresistivelmente. Com dois dedos afastei os lábios carnudos e beijei o pequeno botão do clitóris. Lambi em volta e por dentro da sua fenda rosada, percorri-lhe com a boca o interior das coxas, aspirei o aroma adocicado e saboreei o líquido levemente salgado que, misturado com a minha saliva, lhe escorria por entre as nádegas. Por um momento levantei a cabeça e vi como os seios subiam e desciam ao ritmo da respiração profunda. Um fio de baba escorria-me da cabeça do pénis e pingava-lhe sobre o peito. Comecei então com a palma da mão a massajar-lhe a vagina num vai e vem ritmado mas firme tal como vira Alex fazer durante a chamada de vídeo que tanto mexera comigo. O modo como ela abriu mais as pernas e elevou as ancas pressionando o púbis de encontro à minha mão deu-me a entender que estava com a pressão e o ritmo corretos. Com a outra mão comecei a masturbar-me lentamente. Sabendo que no estado de excitação em que me encontrava não ia conseguir aguentar muito tempo ia parando de cada vez que sentia aproximar-se o orgasmo. Entre as coxas da Lara os meus dedos, lubrificados abundantemente pelo fluido vaginal, moviam-se rapidamente produzindo um chap-chap sonoro.
Ela levantou as pernas e com as mãos por trás dos joelhos segurou-as no ar ficando assim toda aberta. Debrucei-me sobre ela e, colocando-lhe a boca sobre a vulva, alternei entre chupar e penetrar com a língua aquela fenda encharcada que, menos de vinte e quatro horas antes, tinha sido penetrada pelo membro de outro homem. Ao mesmo tempo deixei que a minha mão lhe corresse pelo rego entra as nádegas e com o dedo médio masturbei-a no ânus.
Depois voltei a massajar os lábios vaginais e o clitóris, cada vez mais vigorosamente até sentir que o corpo se lhe arqueava num espasmo e uma descarga fluída jorrar por baixo da palma da minha mão. Sentindo aproximar-se o momento do meu próprio gozo esperei que o orgasmo da minha mulher se desvanecesse e voltei a masturbá-la. Apenas alguns segundos e novas contrações a percorreram, cada uma fazendo com que mais um jato de líquido aquoso se projetasse num arco e respingasse sobre lençol. A visão e sobretudo o tremendo prazer de a sentir vir-se tão intensamente fez com que toda a tesão que em mim se acumulara explodisse num orgasmo que parecia interminável. Quando por fim os últimos espasmos me abandonaram a Lara tinha os seios e a barriga cobertos de esperma.
Olhei-a então nos olhos e vi neles um brilho enigmático. Um brilho onde havia como que uma indizível mistura de sentimentos. Sentimentos esses que fazem de nós e daquilo que somos um para o outro algo de único e de inestimável. Tal como noutras alturas, não duvidei do seu afeto mas naquele olhar vi algo mais. Algo que me fez entender que tínhamos chegado a um ponto a partir do qual tudo seria diferente.
Durante os dias que se seguiram falámos mais algumas vezes sobre o que se passava entre ela e Alex. Estas conversas acabavam sempre por nos deixar a ambos bastante acesos e não raro terminavam em acaloradas sessões de sexo. Havia alturas em que ela parecia até ter prazer em me contar detalhes do que fizera. Outras porém fechava-se e só a custo eu lhe conseguia arrancar alguma coisa. Na minha mente ia-se sedimentando a certeza de que algo de sério se passava. A Lara continuava a assegurar-me que era apenas sexo e prazer físico e que nenhum homem podia fazer sombra ao amor que nutria por mim. Contrariamente ao que ela pensa nunca duvidei disso. O que me era penoso era a sua recusa em deixar-me assistir e muito menos participar. Nunca até então algo assim acontecera. Embora várias vezes ela tivesse estado com outros homens sem a minha presença, isso acontecera sempre pelo facto de eu estar ausente, de estar fisicamente, geograficamente distante. E de todas as vezes em que estivéramos com outros singles, quer na sauna quer em casa, nunca lhe notara nenhuma inibição, antes pelo contrário. Muitas foram as ocasiões em que me apercebi, quer pelos olhares que me lançava enquanto fazia oral a algum amigo ou pelas posições que assumia de modo a dar-me plena visão dum membro ereto a penetrá-la, que a minha participação ou simplesmente a minha assistência tinham contribuído para lhe potenciar o prazer. Era pois para mim uma incógnita e causava-me alguma frustração esta sua atitude.
Eu sabia que a Lara andava numa fase extremamente acesa. Ela e Alex trocavam diariamente dezenas de mensagens ou tinham longas conversas pelo Skype. Embora nunca tenha tido acesso a essas mensagens, sabia que eram em geral de conteúdo erótico. Nunca compreendi a razão pela qual a minha mulher não queria que eu as lesse. Para mim essa recusa não fazia qualquer sentido (e continua a não fazer). Ela própria admitia que ficava extremamente excitada com elas, “toda molhada” segundo as suas próprias palavras. Também nunca entendi o porquê de ela me mostrar algumas fotos e vídeos que ele lhe enviava. Porquê mostrar-me aquelas imagens e esconder as mensagens? Dir-se-ia que tinha orgulho no membro dele e que sentia necessidade de partilhar esse orgulho. Nestes vídeos ele mostrava-se semi nu ou com as calças desapertadas afagando o enorme volume do pénis ereto. Imagino como ela, que conhecia bem o volume que se adivinhava por baixo dos boxers, se recordaria dos momentos em que o tinha tido dentro de si. Pessoalmente nunca me preocupei com o tamanho do meu “instrumento” e nunca achei que fosse pequeno, antes pelo contrário. No entanto, e apesar de as imagens nunca mostrarem completamente o sexo, a disparidade de tamanho era evidente.
É certo que tinha curiosidade em conhecer o conteúdo das suas trocas de mensagens. O que poderia ser que ele lhe dizia que a deixava naquele estado? Não menos curioso me sentia sobre o que ela lhe dizia a ele. Para mim, a única explicação para a sua recusa em me mostrar essas mensagens só podia ter a ver, não com o que ele lhe dizia mas sim com o que ela lhe enviava a ele. É algo que nunca vou saber mas tenho a certeza que o que a minha mulher lhe escrevia era extremamente explícito. Talvez comentasse o seu último encontro ou talvez lhe dissesse o que queria fazer no próximo. A Lara, sendo bastante ativa na cama, nunca foi muito adepta de vocalizar o desejo. Penso que as pessoas, tanto homens como mulheres, têm comportamentos diferentes com diferentes parceiros. Digo isto pela minha própria experiência. O modo como interagimos sexualmente com alguém depende em parte desse alguém. Do que nos vamos apercebendo que o outro gosta, de como o outro age ou fala, de mil e uma coisas que são peculiares tanto a nós próprios como à nossa parceira ou parceiro. Creio que isso acontece também com a minha mulher. Pergunto-me por vezes como será ela com outros homens sem a minha presença. O que diz, como se comporta, que atitudes toma, como provoca ou gosta que a provoquem, se fala durante o sexo, se diz palavrões ou se gosta que lhos digam. Acho que em parte esta é uma das razões pelas quais tenho uma vontade tão grande de a ver com Alex. E esta curiosidade é também algo que me deixa extremamente excitado.
Alguns dias mais tarde acabei por conhecer pessoalmente Alex. Para minha surpresa era muito diferente do que eu esperava. Ainda durante a minha ausência, creio que desde que a Lara o conheceu, que ficara vagamente combinado que quando houvesse oportunidade seriamos apresentados. Isto pode parecer um pouco estranho, mas a relutância da minha mulher não era em relação a eu conhecer o homem que a andava a comer. Ela apenas não queria que eu visse ou participasse. Como acabei de dizer, Alex não correspondia à imagem que criara dele. Claro que a Lara já me tinha falado imensas vezes sobre ele. Que era muito educado, muito “certinho”, um pouco “betinho” até. E claro como era “bem aviado”. Não sei por quê, talvez por saber as suas preferências quanto ao tipo físico dos homens, imaginei alguém bastante alto, entroncado, tipo “armário”.
Tínhamos acordado que ele viria jantar a nossa casa numa sexta-feira e que passaria o fim-de-semana connosco. Eu planeava dormir essas duas noites noutro quarto deixando-os à vontade. Sabia que, depois da partida dele, a Lara me iria contar o que fizera e planeava aproveitar o estado de tesão em que ele certamente a iria deixar. De facto depois ter estado com ele a minha mulher andava durante alguns dias super acesa. Embora antes do início deste relacionamento algumas vezes tenha visto a Lara ter orgasmos molhados, isso era raro. Agora, comigo a masturbá-la, tinha-os com frequência, por vezes vários seguidos. Para mim isto era sem dúvida um prazer acrescido que a sua infidelidade proporcionava.
No dia combinado, enquanto a Lara preparava o jantar, eu tive de sair para uma compra de última hora de modo que não estava quando ele chegou. Quando entrei em casa a ela e Alex estavam sentados à mesa da cozinha a beber café. A primeira impressão que tive dele foi de certo modo uma surpresa. Esperava encontrar um tipo alto e com ar de atleta olímpico, uma espécie de Apolo mesclado com Rambo. Afinal Alex era um homem perfeitamente normal. É certo que mais tarde, quando o vi em tronco nu, pude reparar no seu torso musculado que denotava muitas horas passadas no ginásio, mas naquela altura o que eu via era alguém sensivelmente da minha altura, muito moreno, capelo escuro um pouco encrespado, aparentando entre os trinta e cinco e os quarenta anos. Na face trigueira esmeradamente barbeada viam-se-lhe os olhos castanhos quase pretos e o nariz ligeiramente adunco. A boca tinha uns lábios grossos que provavelmente tinham encantado a Lara. As primeiras palavras que proferiu quando fomos apresentados soaram numa voz grave e um pouco nasalada. Percebi que tentava aparentar uma postura tranquila sem conseguir disfarçar um certo nervosismo. Creio que não me enganava ao atribuir este nervosismo a alguma insegurança pelo facto de estar pela primeira vez face a face com o marido da mulher que andava a comer. Isto apesar de a Lara o ter assegurado repetidamente que eu consentia e incentivava aquele relacionamento. Outra coisa que notei e que decerto também tinha agradado à minha mulher foi o seu ar cuidado. O tipo de vestuário, a camisola de marca, os sapatinhos engraxados, até o perfume, diziam que era um homem que se preocupava com a imagem. É-me difícil dizer se as mulheres o considerariam um homem bonito, feio não era certamente. Havia algo na sua expressão e no modo como falava que inspirava confiança, que me dizia que poderia tornar-se um amigo. Digo isto apesar de sentir ainda hoje alguma reserva da sua parte para comigo. Como se tivesse receio que eu me pudesse opor ao seu relacionamento com a minha mulher, algo que repetidamente lhe tenho assegurado que não acontece. Ao longo dos meses que se seguiram, ainda que nunca tenhamos mantido grandes conversas, vim a conhecê-lo um pouco melhor e confirmei a primeira impressão de ter uma boa índole, um pouco tímido na minha presença, mas uma timidez que se evapora rapidamente quando fica a sós com a Lara.
O jantar decorreu com a naturalidade possível. Falávamos de várias coisas sem que ninguém tivesse coragem de tocar no assunto principal. A expressão que me ocorre e que creio caracteriza plenamente a situação é que “todos três fingíamos ignorar o elefante dentro da sala”. Quando terminámos a refeição ele ajudou a Lara a levantar a mesa enquanto eu preparava os cafés. Embora já esperasse a negativa, perguntei-lhe por delicadeza se queria um uísque para acompanhar o café. Como eu também raramente bebo, ficámos pelo café que bebemos na sala em frente à televisão. Houve ainda algumas tentativas de iniciar conversa, mas trocadas meia dúzia de palavras a conversa morria num silêncio embaraçoso. Tentei concentrar-me no que passava no ecrã da TV mas era de sobremaneira impossível. Todos sabíamos o que se ia passar mas nenhum de nós sabia como dar início à noite. Não que a mim competisse dar início ao que quer que fosse, aquela noite ia ser deles. Ao fim de algum tempo tanto a minha mulher como Alex estavam de telemóvel na mão, que é o que as pessoas fazem quando estão juntas mas não têm assunto de conversa. Presumi que trocavam mensagens entre eles e, uma vez mais, interroguei-me sobre qual seria o teor dessas mensagens. Naquele momento achei por bem deixá-los sozinhos e dando como desculpa a necessidade de apanhar ar disse que ia dar um passeio com a cadela. Já na rua vi quando que as frestas da portada do nosso quarto se iluminaram. Certamente estariam ambos ansiosos por se encontrarem a sós e a minha saída tinha-lhes proporcionado essa oportunidade.
Enquanto caminhava sentindo o ar húmido da noite a minha a minha imaginação não parava de dar voltas. A minha vontade era correr para casa e tentar perceber o que se passava. Tentar de algum modo escutar ou talvez até mesmo espreitar para ver o que aqueles dois estavam a fazer. Com esforço refreava essa ansia e caminhava calmamente atrás da fiel Laica. Esta por vezes parava a farejar ao longo dos muros ou por debaixo dos carros e eu tinha de chamar com um assobio. Ainda pensei tomar o caminho mais longo que passava por dentro do pinhal de modo a dar um pouco mais de tempo, mas acabei por dar apenas a volta aos quarteirões adjacentes e voltar para casa. Ao fim de vinte minutos estava de regresso e vi que já não havia luz na janela do quarto.
A Lara tinha-me feito prometer que não interferiria e eu fazia questão de cumprir essa promessa. Por um lado sabia que mais tarde teria a recompensa sob a forma de um relato fiel e de uns dias de sexo escaldante e por outro, só o facto de a minha mulher estar ali a ser comida a poucos passos de mim, apenas por trás de uma porta, já me dava uma tesão enorme.
Entrei em casa e instintivamente tentei fazer o mínimo possível de ruido. Para dizer a verdade não sei o que me levou a proceder deste modo. É claro que eles sabiam que eu ia regressar e que ia dormir em casa. Sabiam que não estavam sozinhos. Isso era evidentemente um ponto assente. Mas algo me levava a comportar-me como se fosse um ladrão na minha própria casa. Já na sala fiquei parado sem saber ao certo o que fazer. Só na manhã seguinte e provavelmente tarde é que voltaria a ver tanto um como o outro. Não estava com disposição para ver televisão e de certeza que não ia conseguir concentrar-me na leitura. Por fim decidi ir-me deitar e tentar dormir.
Ao subir a escada não pude evitar olhar para a porta do quarto de casal. Quarto esse a que costumo chamar nosso mas onde naquele momento a minha mulher estava na cama com outro homem. A porta estava encostada mas não completamente fechada. Dali podia ouvir nitidamente o ruido da cama a abanar. Pé ante pé aproximei-me e pus-me à escuta. O chiar ritmado das travessas da cama não deixava dúvidas quanto ao que se passava. Juntamente com este chiar ouvia-se a respiração ofegante da Lara entrecortada de vez em quando por gemidos que iam ganhando intensidade e por algumas palavras indistintas de ambos. Fiquei à escuta sentindo-me simultaneamente culpado por estar a quebrar a promessa que tinha feito e ao mesmo tempo terrivelmente excitado. Embora não conseguisse perceber o que diziam, pois falavam em sussurros, podia distinguir perfeitamente a voz da Lara. Isto causou-me algum espanto visto que comigo ela não tem por hábito falar enquanto fazemos amor. Algo novo que acabara de aprender sobre a minha querida esposa. A minha excitação crescia na mesma medida em que o abanar da cama aumentava de ritmo. Também a respiração dela se tornava mais audível e os seus gemidos aumentavam de tom, sinal do intenso prazer que ele lhe estava a dar. Não aguentando mais a tensão abri as calças e tirei o pénis ereto para fora. Sem surpresa apercebi-me que tinha a glande toda molhada. Com dois dedos fui-me tocando lentamente, a minha atenção completamente focada nos sons que me chegavam aos ouvidos. Aos poucos o arpejar da respiração de ambos tornou-se mais intenso bem como o volume dos gemidos. A certa altura pude distinguir nitidamente a voz da minha mulher “Aperta-me as mamas! Aperta-me as mamas com força!”. A isto seguiram-se longos e sonoros gemidos que o prazer não a deixava abafar.
Fiquei ainda alguns minutos à escuta com a minha ereção a querer explodir mas de novo as suas vozes haviam descido para um sussurro. Por fim apenas um profundo silêncio me dizia que tinham adormecido no doce embalo que se segue ao orgasmo. Afastei-me e entrei no outro quarto que essa noite ia ser meu. Despi-me e deitado nu em cima da cama masturbei-me revendo na minha imaginação o que acabara de ouvir. Aquela frase “aperta-me as mamas” e o profundo e gutural gemido que se lhe seguiu ecoavam-me na mente. No estado em que me encontrava terminei em apenas alguns segundos vindo-me num orgasmo intenso que me deixou a barriga e o peito inundados de esperma.
A minha noite foi mal dormida num sono povoado por sonhos onde via a minha mulher nas mais provocantes cenas de sexo. Nestes sonhos ela olhava-me intensamente como querendo que eu visse bem o prazer sentia. Tinha deixado a porta do quarto aberta e mais do que uma vez acordei com os sons vindos do outro quarto. Gemidos e palavras indistinguíveis acompanhados do matraquear inconfundível da cama de encontro à parede. Quando a manhã ia já avançada despertei deste sono agitado com a luz que se filtrava pelas frinchas das portadas. Uma vez mais percebi que eles estavam acordados e que algo estava a acontecer. Levantei-me descalço e fui de novo para o meu posto de escuta. Pela porta entreaberta chegava-me um ruido sincopado que eu não conseguia identificar mas que tinha obviamente origem em algum tipo de atividade sexual. Deixei-me estar tentando suster a respiração para não denunciar a minha presença. Dentro das calças do pijama sentia que o sexo se me voltava entesar formando um alto pronunciado. A excitação e a curiosidade foram mais fortes que a minha inibição e lentamente fui empurrando a porta até poder enfiar a cabeça pela ombreira. Alguns raios de sol atravessavam as gretas da gelosia deixando um rendilhado de sombras sobre as paredes e sobre a cama. Uma luz difusa iluminava o quarto permitindo-me ver com nitidez. A cena que se me deparou não podia ser mais erótica se fosse retirada de um filme pornográfico. Ele estava de pé em cima da cama e a minha mulher de joelhos à frente dele fazia-lhe um broche.
Alex tinha as costas arqueadas para trás e projetava o púbis para diante. Com a cabeça ligeiramente inclinada para o lado olhava atentamente para a cara dela. Com uma mão segurava-lhe a farta cabeleira afastando-lha da face. Seguramente era o que eu faria no seu lugar, juntar ao prazer que a boca dela lhe dava, a visão intensamente erótica dos seus lábios a percorrerem-lhe o sexo. De onde me encontrava via-os de perfil. A minha mulher, com o ombro direito voltado para mim, ligeiramente de costas, ajoelhava-se com as pernas abertas e as nádegas roliças apoiadas nos calcanhares. Debruçava-se para ele e movia a cabeça num vai e vem lento que lhe fazia oscilar os seios. A certa altura afastou por momentos o corpo para trás e olhou para cima como que para ver a expressão de gozo que se lhe estampava na cara. Por longo momento mantiveram o olhar fixo um no outro. Ela com um sorriso provocante continuou a manusear lentamente o pénis fazendo deslizar a glande pela face e em torno da boca. Depois, de uma só vez, engoliu-o até encostar os lábios à base e começou a chupar com um compasso um pouco mais acelerado.
Enquanto presenciava aquele espetáculo como um voyeur perverso, sentia que as calças do pijama me apertavam a ereção. Meti o polegar por dentro do elástico e baixei-as até meio das coxas. O pénis, liberto do aperto, elevou-se como que acionado por uma mola e apontou para cima. Com dois dedos espremi-o desde a base e uma enorme gota desprendeu-se da glande, oscilou por um momento na ponta de um fio viscoso, e pingou para o soalho. Sentia a cara quente, afogueada, como se tivesse febre e o meu coração batia de tal modo que as pulsações se me tornavam audíveis. Fazendo um esforço para não me tocar, pois se o fizesse sabia que me iria vir imediatamente, continuei a observar.
A Lara continuava a chupar com vontade o membro de Alex. Com a mão esquerda acariciava-lhe os testículos e, embora não lhe visse a outra mão, deduzi pelo movimento do ombro que se masturbava ao mesmo tempo. Perante isto lembrei-me de ela me ter contado como se excitava ao fazer-lhe sexo oral e como adorava a sensação dele a vir-se na sua boca e de engolir os seus copiosos jatos esperma. Recordei as palavras dela ao falar-me de como ele era “bem aviado” e de como sabia usar nela o membro potente. Isso eu podia agora confirmar sem margem para dúvidas. Alex fora bafejado pela natureza com um pénis muito acima da média, tanto em tamanho como em grossura. Quando a glande emergia de entre os lábios dela podia-se avaliar como era não apenas longo mas também extraordinariamente grosso. Nessas alturas, em que por momentos o sexo de Alex ficava a apontar para ela escorrendo gotas de saliva, vi como a minha mulher o olhava com gula antes de voltar a fechar os lábios em torno dele.
Durante os cinco ou dez minutos que se seguiram a Lara continuou a chupá-lo, alternando com beijos e lambedelas que iam desde os testículos até à glande. Alex ora olhava atentamente para o deslizar do sexo entre os lábios da minha mulher ora, de olhos fechados, lançava a cabeça para trás numa pose de êxtase. Por vezes proferia palavras de incentivo num tom simultaneamente terno e imperativo – “Isso chupa! Chupa querida! tão bom! Chupa-o todo!”. Ela parecia apreciar estas interjeições. Olhava-o nos olhos e voltava a chupar com renovado vigor. Por fim Alex não aguentou e numa voz um arrastada avisou que estava quase a vir-se. Neste ponto uma nova surpresa me esperava. Mal pude acreditar nos meus ouvidos quando a minha mulher, segurando o pau dele a poucos centímetros da face, olhou para cima e perguntou “como é que te queres vir? Queres-te vir na minha cara ou nas minhas mamas?”. Como resposta um enorme jato de sémen projetou-se da glande inchada e atingiu-a na face. Alex, com as mãos apoiadas de lado sobre a cabeça dela, o corpo percorrido por contrações violentas, ejaculou repetidamente deixando-a com a cara, o pescoço e os seios cobertos de esperma. Ela, de boca aberta e língua de fora, tentava a apanhar algum daquele líquido espesso que depois enguia sofregamente. Quando por fim os espasmos de Alex se esbateram ele encostou-se à parede por trás da cabeceira da cama exausto e ofegante. Ela inclinou-se para ele e voltou-lhe a abocanhar o membro ainda ereto. A última imagem com que fiquei foi deles os dois imoveis, ela com os lábios colados ao púbis dele tentando engolir as últimas gotas enquanto sentia na boca o pénis a perder a ereção.
Depois disto afastei-me silenciosamente possuído por uma tesão incontida. No chão junto à porta, um raio de sol fazia brilhar uma pequena poça formada pelas gotas que haviam escorrido da minha ereção. Já debaixo da água quente do duche revi aquela cena e masturbei-me pela segunda vez no espaço de umas poucas horas.
Era a manhã de sábado e adivinhava-se um dia de sol. Depois do pequeno-almoço sentei-me no jardim com uma caneca de café e deixei a minha mente discorrer sobre tudo o que tinha acontecido. Sentia-me num estado de exaltação e a brisa matinal trazia uma frescura agradável, como que um balsamo para as minhas emoções. Uma a uma passaram-me pela cabeça as recordações do que havia presenciado. Tentei não pensar mas era uma tentativa inútil. Toda a cena que presenciara revolteava na minha imaginação. A imagem daquele falo ereto saindo molhado de entre os lábios da minha mulher, o modo como ela o manuseava e o lambia, o baloiçar dos seios dela e o modo como ele se empinava para a frente ao encontro da sua boca estavam-me gravados na mente. Deixara-me sobretudo impressionado o ar de intenso prazer com que ela o fazia. Revi-lhe a face coberta de esperma escorrendo pelos lábios e pingando-lhe sobre os mamilos tesos e inchados. Os sons de sucção produzidos pela boca dela e as palavras com que ele a incentivava ecoavam-me no cérebro. Parecia-me ouvir-lhe de novo a voz a perguntar se ele se queria vir na sua cara ou nas suas mamas. Nunca a Lara me perguntara nada do género. E das poucas vezes que me vim nos seios dela nunca me deu a entender que isso a excitasse, apenas que o permitia por saber que eu gostava. Mas era indubitável o imenso gozo que lhe deu sentir na face o esperma quente de Alex. Naquelas horas revelava-se-me uma nova faceta da minha mulher.
Sentado sob o sol de outono aspirei os aromas silvestres que a brisa trazia dos campos em redor. A nossa cadela veio deitar a cabeça sobre os meus pés a pedir festas e meiguice. No céu de um azul profundo alguns farrapos de nuvem deslizavam lentamente em direção a sudoeste. Formas esbatidas que lembravam vagamente animais, castelos, montanhas. Naquele momento, o que eu via eram seios gigantes, nádegas volumosas, coxas roliças… Fechei os olhos saboreando a calma do começo do dia. Sentia que tudo estava bem. Tudo estava muito bem.
Devo ter adormecido por momentos pois sobressaltei-me com o barulho da porta de casa a abrir e fechar. A Lara caminhava descalça na minha direção envergando o roupão cor-de-rosa. Quando se aproximou de onde eu estava sentado puxei-a para mim e abracei-a pela cintura. Ficámos assim por algum tempo, eu com a face encostada ao peito dela e ela com os braços em volta da minha cabeça apertando-me de encontro a si. Mesclado com o seu perfume familiar percebia-se levemente o cheiro a cama e a sexo. Por entre as abas abertas do roupão sentia-lhe o calor dos seios túrgidos e o toque suave da pele sedosa que conservava ainda a quentura do leito. Os mamilos, tesos pelo leve roçar da frescura matinal, sobressaiam no centro das enormes auréolas rosadas. Beijei cada um deles pensando em como pouco antes teriam recebido os beijos de outros lábios e as carícias de outras mãos.
Estes nossos afagos foram interrompidos quando Alex assomou à janela da cozinha e saudou com um “bom-dia” ensonado. Levantei-me da cadeira e entramos em casa de mãos dadas. Durante o pequeno-almoço reparei como ambos pareciam cansados e com olheiras carregadas, sinal de uma noite mal dormida.
Durante a manhã fomos dar um passeio junto à praia. A Lara quis ir mostrar a Alex o passadiço que a junta tinha construído pouco tempo antes e depois caminhámos os três pelo areal. Trocámos poucas palavras. Por um lado o ruído do mar e do vento não permitia grandes conversas e por outro não havia muito a dizer. A Lara caminhava umas vezes a meu lado, outras ficavam os dois para trás. Mais do que uma vez apercebi-me que nessas ocasiões pareciam falar entre eles. Uma vez mais tive a sensação que Alex se sentia pouco à vontade comigo. Pela minha parte tentei fazer o possível para que assim não fosse. Almoçámos numa hamburgueria que tinha aberto recentemente e fomos tomar café na esplanada que eu e a Lara costumávamos frequentar. O dia parecia incerto, o vento refrescava e o azul com que o céu tinha acordado transformava-se rapidamente em cinzento, mais carregado a norte. Quando entrámos no carro já os vidros apresentavam alguns salpicos de chuva.
De volta a casa a minha mulher desculpou-se dizendo que estava cansada por ter dormido pouco e que ia fazer uma pequena sesta. Eu e Alex ficámos na sala em frente da televisão mas nem eu nem ele estávamos a prestar atenção. Ainda tentamos encetar conversa por várias vezes mas era difícil encontrar assunto. Ao fim de algum tempo virei-me para ele e com a maior frontalidade aconselhei-o a ir também descansar um pouco. Não sei se ele encontrou algum segundo sentido nas minhas palavras mas respondeu que sim, que, se eu não me importava de ficar sozinho então ia-se deitar e dormir uma hora ou duas. A verdade é que a minha solícita proposta tinha de facto dois sentidos. Por um lado ele tinha mesmo cara de quem precisava descansar. Por outro lado achei que lhe apetecia ir-se deitar com a Lara e que só não se decidia a fazê-lo por minha causa. Com o passar do tempo viemos a conhecer-nos um pouco melhor, mas naquele dia, em que me conhecia pessoalmente à menos de vinte e quatro horas, creio que Alex ainda não se mentalizara bem do tipo de relacionamento que existe entre mim e a minha mulher. Penso que ele tomou a minha insistência como uma aprovação tácita para que fosse uma vez mais comer a Lara.
Pelo meu lado imaginei que aqueles dois, deitados na mesma cama e qual deles o mais aceso, não iriam com certeza dormir. Sem nada para fazer, subi as escadas e fui-me sentar com o portátil no colo. Depois de ler alguns mails e responder a uma ou outra mensagem abri o Xhamster. Não me considero de modo algum viciado em pornografia, mas também não tenho pejo em dizer que por vezes gosto. Há sobretudo alguns temas que acho interessantes. Entre estes estão os vídeos amadores com cenas passadas ao ar livre, com cenas passadas em saunas (Talvez pela nossa própria experiência) e claro, como não podia deixar de ser, os vídeos de cuckold ou de uma mulher com vários homens. Considero que a maior parte dos vídeos porno que aparecem na internet ou são extremamente artificiais, ou mal filmados ou ambas as coisas. Por isso fui saltando de um para outro, vendo partes deste ou daquele. Como é fácil perceber, na minha cabeça estava sempre presente o facto de, ali mesmo, apenas a alguns passos de distância e por trás de uma simples porta, a minha mulher estar nua na cama com outro homem. Por mais que tentasse concentrar-me no ecrã do computador, isto não me saía da cabeça.
Estaria entretido há uns dez ou quinze minutos quando me pareceu que, aos gemidos que vinham do PC, se juntavam outros, menos audíveis mas ainda assim nítidos. Coloquei o vídeo que estava a passar em pausa e confirmei que do lado do nosso quarto podia de facto ouvir a voz e o gemer da Lara. Assomei ao corredor e vi que desta vez a porta do quarto estava fechada. Aproximei-me tentando que os meus passos não fizessem barulho e com as mãos apoiadas na ombreira encostei o ouvido à porta. Através da madeira podia ouvir distintamente o entrechocar dos corpos bem como o ruido da cabeceira da cama contra a parede. Entrecortadas pelo arfar da respiração dela chegavam-me algumas palavras de ambos mas que não conseguia entender. Não sei há quanto tempo estariam a fazer amor antes de eu me ter apercebido. Também não sei quanto tempo estive ali feito estátua com o ouvido colado à porta. Situações há em que o tempo passa de modo diferente. Mesmo sem saber ao certo o que faziam, senti o pénis levantar-se e endurecer numa ereção repentina. Os gemidos dela tinham entretanto aumentado de volume e a certa altura ouvi distintamente a suas vozes “Come-me! Come-me com força! Enche-me toda de leite!”, “Gostas Lara? Gostas? Abre-te, Abre-te toda! Quero-te esporrar essa coninha toda”. Estas e outras frases do mesmo teor iam sendo trocadas tendo como som de fundo o ruído da cama e os gemidos de ambos. Alguns minutos depois percebi pelo gemer mais profundo que ela se vinha. O ruido da cama ainda continuou mais um pouco até que por fim, após um curto intervalo de silêncio, ouço os risos de ambos e a voz grave de Alex a dizer por entre beijos “ Minha doida, molhaste a cama toda.”
Voltei para o sofá excitado com o que tinha ouvido e disposto a continuar de volta dos vídeos. Estava a meio do segundo ou terceiro, quando ouvi a porta do quarto a abrir-se. Pousei o portátil e ergui a cabeça a tempo de ver a minha mulher com uma mão apoiada no puxador e a olhar para mim com um sorriso enigmático. Vinha descalça com o roupão vestido mas sem se ter dado ao trabalho de o apertar. Deu três passos até onde eu estava e, inclinando-se, apoiou as mãos por trás de mim nas costas do sofá e beijou-me na boca. Devolvi-lhe o beijo e perguntei se estava tudo bem. Ela, sempre com aquele sorriso maroto, respondeu com outra pergunta “Queres ver como eu estou?”. Dizendo isto, afastou as abas do roupão e colocou um pé a meu lado em cima do sofá. Mal podendo acreditar na sua atitude e nas suas palavras, fitei o brilho dos seus olhos durante um longo segundo. Depois percorri-lhe o corpo com o olhar sentindo a minha ereção crescer rapidamente. O interior das coxas estava visivelmente molhado e os lábios vaginais, brilhantes e ligeiramente inchados, abriam-se mostrando o interior de um rosado intenso. Ela pegou-me na mão e pressionou-ma sobre eles. Os meus dedos percorreram-lhe aquela fenda até tocarem no ânus sentindo como toda a zona entre as coxas e entre as nádegas estava lubrificada. Introduzi o indicador e o médio entre os lábios abertos e senti as paredes da vulva quentes e macias ressumando uma humidade viscosa e escorregadia. O meu sexo parecia querer rebentar o fecho das calças tal era a tesão que aquilo me provocava. Não podendo mais levantei-me e, com alguma violência, voltei-a de costas para mim. Ela, que parecia já esperar este meu gesto, deixou cair o roupão e, fletindo o corpo pela cintura, apoiou os cotovelos no espaldar do sofá. Por um momento deliciei os olhos com aquela pose. Os seios, de mamilos empinados, pendiam-lhe sob o peito, oscilando levemente com o manear do corpo. O volume das ancas arredondava-se no cimo das coxas antes de adelgaçar na cintura. A brancura da pele, salpicada por pequenas sardas, contrastava com o tom mais escuro do interior das nádegas. Por entre elas espreitava o pequeno orifício do ânus e um pouco mais abaixo abriam-se num convite os lábios carnudos da vagina. A Lara sabia bem a visão que me estava a oferecer a aquela sua atitude não era por acaso. Creio que, depois de se ter satisfeito com Alex, pensou no estado de tesão em que certamente o marido se encontrava e achou por bem cuidar de mim. Fosse ou não essa a razão nada me iria impedir de aproveitar o momento. Num frenesim desapertei as calças quase arrancando os botões. Agarrei-a pelas ancas enterrei de uma vez a minha ereção naquele seu túnel lubrificado. A vulva, depois das várias penetrações do avantajado membro de Alex, não tinha ainda recuperado a usual elasticidade e eu senti como se encontrava dilatada. Ao contrário de me refrear o desejo, esta sensação aumentou ainda mais a minha luxúria. Num vai e vem desenfreado comecei a penetrá-la com brutalidade enquanto lhe dizia as obscenidades que me vinham à cabeça “Gostaste amor? Gostaste de foder com ele? Gostaste de sentir o pau dele? Ele veio-se na tua cona? Adoro-te assim puta, meu amor. Amo-te minha putinha querida”.
No estado em que me encontrava, ao fim de umas poucas arremetidas, senti que não ia aguentar. Pressionei-lhe o rabo de encontro a mim e o dique de tensão acumulada rebentou num orgasmo explosivo. Em bombadas sucessivas senti o esperma percorrer-me o pénis e jorrar entre as paredes vaginais da minha mulher. Quando terminei tive de me amparar momentaneamente sobre o seu dorso pois faltavam-me as forças. Ficámos colados um ao outro até eu perder a ereção e o meu sexo desfalecido lhe escorregar por entre os lábios vaginais. Ela manteve-se ainda um pouco mais naquela posição oferecendo-me a soberba visão das suas nádegas e dos lábios abertos da vulva por onde o sémen escorria. Por fim ergueu-se, virou-se para mim ainda com aquele sorriso e após um beijo disse que ia tomar banho.
O resto do dia decorreu sem que haja muito mais para contar. Ou pelo menos para contar daquelas coisas que os nossos leitores esperam ler. A Lara e o Alex pareciam ter o desejo satisfeito e passamos os três um serão tranquilo tendo até conseguido manter algum diálogo. Falou-se da veia artística de Alex e ele mostrou algumas fotos que tinha no telemóvel de desenhos seus. Alguns marcadamente eróticos mas também outros de tipo diferente. Desde animais, retratos, paisagens, etc. Como já disse, não tenho o mínimo jeito para desenhar e parece-me que o mesmo acontece com a Lara. Por isso as obras de Alex, a maior parte desenhadas a carvão, eram para mim excelentes. Mostrou também algumas pranchas de uma nova banda desenhada inspirada nos seus encontros com a Lara. Conversa puxa conversa, surgiu a ideia de ele fazer um retrato da minha mulher. Não me recordo de quem foi a ideia mas penso que foi dela, pelo menos ela mostrou-se entusiasmada. Aos poucos foram discutindo os detalhes. Seria um retrato a lápis ou a carvão, como era a sua técnica preferida, destinado a ocupar uma das paredes do nosso quarto. Enquanto eles combinavam os pormenores eu ia ouvindo e tentando dar uma ou outra sugestão. Por fim ficou mais ou menos alinhavado que o quadro representaria a Lara, nua, reclinada num divã. Como único ornamento apenas o medalhão que usara no primeiro encontro dos dois. Este era um medalhão que ele lhe tinha oferecido em prata com uma pedra vermelha. Embora a pedra não fosse sequer semi preciosa, era uma joia bonita, num estilo a puxar ao gótico, que combinava muito bem com os seus cachos de caracóis arruivados. Como já disse, a Lara ficou muito entusiasmada com o projeto e começou logo a pensar nas futuras sessões em que iria posar para o retrato. Eu ainda objetei quanto a colocar uma imagem dela nua na parede do quarto. Embora não seja frequente alguma visita entrar no nosso quarto, não estávamos livres de que em algum momento futuro isso pudesse acontecer. Perante o seu entusiasmo concordei sabendo que “muita água correria por baixo das pontes” até que o dito quadro estivesse pendurado na parede. Além disso confesso que também achava a ideia apelativa. É claro que não deixou de me passar pela cabeça como é que aqueles dois iam conseguir o feito. Ela nua e ele a desenhá-la… de certeza que as sessões de pose e desenho iam acabar com eles montados um em cima do outro. Mas a verdade é que este era também um cenário apelativo.
Com estes planos passou-se o serão. Era já perto da meia-noite e achamos todos por bem ir dormir. Tinha ficado combinado entre mim e a Lara que durante o fim-de-semana Alex dormiria com ela na nossa cama e que eu ficaria no quarto “das visitas”. Este arranjo tinha sido sugestão dela mas com o meu pleno acordo. Aquelas noites eram para ela ser bem comida, para ter o máximo de prazer. E sabíamos que teríamos muitas outras noites para dormir juntos como marido e mulher. Mesmo assim, num momento em que ficámos sós, a Lara perguntou-me se eu estava bem e se não me importava que ela passasse mais uma noite com ele. Percebi que estava genuinamente preocupada comigo e garanti-lhe que não, que estava tudo bem e que nada me daria maior prazer do que saber que ela ia ter outra noite de sexo escaldante. Ela abraçou-se a mim e reafirmou o quanto me amava. Disse também do gozo enorme que ele lhe dava e de como se sentia já molhada só de pensar no que ia fazer com ele. Beijámo-nos demoradamente e fomos cada um para seu quarto.
A minha noite anterior tinha sido muito mal dormida. A curiosidade sobre o que se passava no outro quarto alimentada pelos sons que dali me chegavam fizera com que o sono fosse repetidamente interrompido por bizarros sonhos eróticos. Creio pois ter adormecido assim que entrei na cama.
A meio da noite algo me despertou. Durantes momentos sentei-me na cama confuso por não me encontrar no sítio habitual, mas rapidamente me lembrei da razão. Acordara um pouco estremunhado e cheio de sede. Levantei-me e descalço dirigi-me à cozinha para beber água. Porém, ao passar junto ao quarto onde dormiam a Lara e o Alex, apercebi-me que havia ali de novo agitação. A porta estava fechada mas os sons que a atravessavam não deixavam margem para dúvidas. A minha mulher e o nosso amigo estavam de novo a comer-se um ao outro. Ainda fiquei um pouco à escuta, mas para além do já habitual ranger da cama apenas me chegava uma ou outra palavra ininteligível e algum gemido abafado. Deixei-os entregues à sua azáfama pensando em como conseguiam reunir tanta energia. Desde o fim de tarde de sexta-feira, tirando as poucas horas que passáramos fora de casa, aqueles dois não tinham parado. Rindo-me interiormente desta situação, desci as escadas e fui matar a sede. Quando voltei para cima já não ouvi nada, provavelmente tinham adormecido satisfeitos.
Por norma acordo cedo, mas depois daquelas duas noites agitadas dormi até perto das dez. Era a manhã de domingo e o dia acordara cinzento. Lá fora o chão estava molhado e os tejadilhos dos carros cobertos de gotas de água. Embora não chovesse, no céu acumulavam-se nuvens escuras pressagiando a aproximação do inverno.
A casa estava em silêncio. Alex e a minha mulher dormiam ainda recuperando da exaustão noturna. Tomei o pequeno-almoço sentado na mesa da cozinha enquanto via as notícias na televisão. Mais um atentado não sei onde, uma inauguração de qualquer coisa, a guerra na Síria, enfim o mundo de pernas para o ar, como de costume. Quando começaram as informações desportivas tinha acabado a minha chávena de café. Pressionei o botão de desligar do comando e levantei-me.
A eterna curiosidade fez-me subir as escadas e ir escutar à porta do quarto. Supunha que ainda estivessem a dormir mas no íntimo esperava que assim não fosse. Contrariamente às minhas expetativas reinava ali o silêncio. Era o último dia que Alex iria passar connosco e secretamente esperava que uma vez mais ele saciasse a insaciável fome de sexo da Lara. Um pouco desiludido, estava a ponto de desistir quando me pareceu ouvir um restolhar dos lençóis. Voltei a encostar o ouvido à porta e confirmei que afinal havia movimento dentro do quarto. Perante isto já não saí do meu posto de escuta. Quase impercetível e no entanto distinto chegava-me o som de alguém a mover-se sobre a cama. Tentei imaginar o que poderiam estar a fazer. Ele não estava certamente a penetrá-la pois isso faria mais barulho. Também não ouvia qualquer gemido, apenas um leve roçar das cobertas. A certa altura apercebi-me de um suspiro de Alex seguido de algumas palavras que não pude entender. A minha curiosidade crescia na mesma medida que a minha ereção, mas aquela porta fechada era uma barreira que me impedia de satisfazer tanto uma como a outra. Ali, por trás daquela simples porta, passava-se algo que me estava vedado. Lembrei-me que na madrugada anterior eles tinham deixado a porta apenas encostada. Seria possível que se tivessem apercebido que eu estivera a espiá-los e que desta vez tivessem tomado precauções? Descartei esta ideia visto que durante o dia nada na atitude de qualquer um deles me indicara que suspeitassem disso. Estas minhas preocupações foram interrompidas quando percebi que trocavam algumas palavras. Redobrei a minha atenção mas continuei a não entender o que diziam. A voz de Alex chegava-me abafada e a espaços ouvia-lhe um arpejo grave. Como se tivesse pausado a respiração durante uns segundos e em seguida a soltasse numa expiração contida. A minha vontade era tentar abrir a porta sem que eles dessem por isso, mas hesitava com receio de me denunciar.
Os minutos passavam e o meu coração batia forte. Com um ouvido encostado à madeira da porta tentava adivinhar o faziam enquanto a minha mão direita por dentro das calças apertava o sexo espremendo-o e fazendo nascer pequenas gotas que me deixavam os dedos molhados. Por fim a curiosidade e a excitação venceram o receio de ser descoberto. Limpei a mão às calças, agarrei o puxador e fui-o rodando o mais lentamente possível parando a cada milímetro para me certificar que não se tinham apercebido. Quando o trinco finalmente se libertou da ombreira empurrei a porta dois ou três centímetros e aos poucos deixei que a mola fizesse rodar a maçaneta de volta à posição de descanso. Pela frincha que se abria o som chegava-me agora mais nítido. À respiração pesada de Alex juntava-se o roçar de um movimento cadenciado. Com todo o cuidado afastei um pouco mais a porta de modo a poder espreitar.
A primeira imagem que se me deparou foi o rabo da minha mulher virado para mim. Ajoelhada na cama, de costas para a entrada do quarto, debruçava-se sobre o corpo dele. Ele, deitado com a cabeça apoiada nas almofadas, os braços abertos e as mãos agarrando a cabeceira da cama, olhava atentamente para ela. De pernas afastadas e joelhos fletidos, tendo entre as coxas a cabeça da minha mulher, estampava-se-lhe na face uma expressão de infinito prazer. O cabelo dela derramava-se num mar de caracóis que lhe ocultavam a face e se espraiavam sobre o abdómen musculado de Alex. O seu corpo branco, onde o bronzeado do verão se esbatera a ponto de já quase não se notarem as marcas do biquíni, contrastava com a pele escura dele. De onde me encontrava não lhe podia ver a cara, mas o oscilar lento da farta cabeleira deixava perceber que lhe chupava o sexo. Tentando não fazer qualquer ruído desapertei as calças, tirei o sexo para fora e fui-me tocando lentamente.
A respiração de Alex era pesada e a espaços deixava escapar um gemido rouco. Por vezes a Lara levantava a cabeça e olhava para ele como que para avaliar o gozo que a sua boca lhe proporcionava. Ele então encorajava com a sua voz grave “Isso, lambe, ahhh! Adoro a tua boca. Chupa-o! Engole-o todo!”. E novamente a cabeça da minha mulher lhe desaparecia entre as coxas. Outras vezes era ela que lhe dizia “Gostas? Gostas? Adoro o teu pau, sabes? Adoro senti-lo assim duro! Adoro quando te vens na minha boca!” voltando em seguida a abocanhar aquele membro ereto. A certa altura ele agarrou-lhe os cabelos e, com ambas as mãos, juntou-lhos sobre a nuca deixando-lhe visível a face afogueada. Ela agarrava-lhe o pénis com a mão direita, encostava-o aos lábios e passava a ponta da língua por baixo da glande. Depois voltava a engoli-lo até à base ou fazia-o roçar pelas pálpebras e pelas maças do rosto enquanto lhe beijava os testículos.
Num esforço de vontade, tentava não me masturbar pois sabia que se o fizesse iria vir-me naquele mesmo instante. A expetativa de ver uma vez mais Alex vir-se na boca da minha mulher deixava-me terrivelmente excitado. Mas pelos vistos não era essa a intenção dela. Passados alguns minutos ergueu-se e, passando uma perna por cima dele, colocou-lhe um joelho de cada lado da cintura. Alex, com um brilho de antecipação nos olhos, permaneceu imóvel. Ela debruçou-se para a frente e beijou-o demoradamente. Deitada sobre ele, os seios espalmavam-se-lhe sobre o peito hirsuto enquanto as suas bocas, parcialmente ocultas pelos cabelos revoltos, se devoravam num frenesim de paixão, numa dança sôfrega de lábios, língua e saliva. Entre as coxas afastadas da Lara, o membro de Alex mantinha-se orgulhosamente vertical enquanto ela movia os quadris fazendo-o tocar-lhe no clitóris. Ele por sua vez fincava os calcanhares e alteava a bacia de modo a roçar a glande pelos lábios brilhantes da vagina da minha mulher.
Percebendo como ambos estavam tão profundamente concentrados achei que não dariam pela minha presença. Empurrei um pouco mais a porta de modo a poder enfiar a cabeça pela abertura e agachai-me no chão, ficando assim com uma perfeita visão do que se passava sem que no entanto eles me vissem. As coxas dela formavam um V invertido em cujo vértice se abriam os grandes lábios. Entre estes apareciam os lábios interiores e o clitóris inchado de onde escorria uma gota transparente. Por cima desta fenda sumarenta, as nádegas volumosas separavam-se numa linha um pouco mais escura que terminava numa covinha junto ao coxis. O ânus, ligeiramente saliente e rodeado por um anel de pequenas pregas, contraía-se de cada vez que a glande de Alex lhe roçava o clitóris. A Lara movia lentamente a bacia e as ancas de modo a proporcionar este contacto como querendo saboreá-lo antes da penetração.
A visão tórrida da vagina da minha mulher a escassos centímetros do enorme falo que se preparava para a penetrar deixavam-me num estado de excitação impossível de descrever. O meu pénis, apesar de não se comparar em tamanho com o dele, não lhe ficava atrás em ereção. Da glande escorria-me um fio de baba que descia pelo tronco e me molhava os testículos.
A Lara ergueu-se com uma mão apoiada no peito dele e com a outra agarrou-lhe o sexo. Segurando-o pela base pressionou-o fazendo-o deslizar sobre o clitóris ao mesmo tempo que movia os quadris. A cabeça rubra do pénis babava-se deixando aquele pequeno botão coberto por uma película transparente e viscosa. Depois sentava-se em cima dele e movendo-se para trás e para diante fazia os bordos da vagina deslizar espalmados de cada lado do membro ereto ou roçava a glande entre as nádegas deixando o ânus molhado. Por fim debruçou-se sobre ele e soergueu as ancas o suficiente para colocar a cabeça do pénis na entrada da vagina. Ficaram assim por um longo momento, como se o tempo tivesse parado. Com apenas a ponta do pénis oculta pelos bordos da vulva, único ponto de contacto dos seus corpos, dir-se-ia que ambos saboreavam o instante antes da penetração.
Muito lentamente a minha mulher foi descaindo os quadris e empalou-se sobre o falo de Alex. A glande afastava-lhe os lábios vaginais e aos poucos todo o membro foi desaparecendo entre eles. Ela deitou-se-lhe sobre o tórax e beijou-o apaixonadamente na boca enquanto iniciava um vai e vem cadenciado. A minha excitação estava ao rubro perante aquela cena. Apenas a dois ou três metros de mim, as nádegas da minha mulher avançavam e recuavam alternadamente sobre o corpo do amante. Num momento o tronco do pénis aparecia molhado para no momento seguinte desaparecer engolido pelos bordos escorregadios da sua vulva. Eu sabia que aquela era uma das posições preferidas da Lara. Estar por cima a cavalgar, permitia-lhe massajar o clitóris de encontro ao osso púbico do homem, o que lhe dava um prazer intenso. Além disso, o ângulo de penetração fazia com que a glande roçasse com alguma pressão na parede anterior do canal vaginal, no tão falado ponto G.
Aqueles movimentos rapidamente passaram de lentos a acelerados deixando adivinhar o estado de excitação dela. As suas nádegas vibravam como se galopasse e essa alternância propagava-se-lhe em ondas por todo corpo. Umas vezes deitava-se para a frente e, com os seios espalmados de encontro ao peito dele, beijava-o com ardor, outras elevava o tronco e inclinava a cabeça para trás fazendo com que as mamas oscilassem como dois balões cheios. As mãos dele agarravam-lhe as nádegas mantendo-as afastadas e eu via como o ânus se lhe contraía de cada vez que o membro grosso e já coberto de uma espuma esbranquiçada se enterrava arrastando consigo os lábios da vagina.
Passados poucos minutos a voz soou-lhe arrastada “Vou-me vir, enterra todo! Enterra todo, estou-me a vir!”. Com o dorso arqueado, a face comprimida sobre o peito dele e tentando que o pénis penetrasse ainda mais fundo, gozou repetidamente pronunciando aquele “estou-me a vir” vezes sem conta. De cada vez que o seu orgasmo parecia terminado, imobilizava-se por alguns segundos para logo voltar a cavalgar com renovado vigor até que um novo espasmo lhe contraía os músculos deixando-a a tremer. Por fim saciada, abateu-se exausta sobre o corpo de Alex beijando-lhe o pescoço e o peito. Ele colocou-lhe os braços em volta da cintura e apertou-a contra si.
Fiquei a olhar o seu corpo naquele abandono pós orgástico. Os cabelos em desalinho caiam-lhe sobre a face colando-se aqui e ali onde escorriam pequenas gotas de suor. Os braços descaiam-lhe inertes de cada lado do corpo, as palmas das mãos sobre o lençol enrodilhado. Nas costas transpiradas a coluna descia numa escadinha de vertebras que terminava onde nasciam as nádegas. Os pés e as canelas alinhavam-se sobre a cama e a barriga das pernas colava-se-lhe às coxas. Estas continuavam na curva arredondada das nádegas que, afastadas devido à posição, expunham o rego entre elas. Ali, logo abaixo do ânus, os lábios inchados da vagina latejavam num eco retardado do orgasmo. O membro de Alex continuava em plena ereção permanecendo ainda com a glande e metade do tronco dentro dela. O tom escuro da pele dos testículos contrastava com a brancura leitosa do interior das coxas da minha mulher. Por baixo deles o lençol apresentava uma mancha escura de humidade que ia alastrando lentamente.
Depois do que acabara de ver é fácil imaginar o estado em que me encontrava. Precisava urgentemente de descarregar aquela enorme tesão. Acabara de ver a minha mulher ter vários orgasmos num tão curto espaço de tempo. Confirmava-se plenamente tudo o que ela me contara sobre o prazer que tinha com Alex. Mas ver presencialmente, estar ali quase ao pé dela, ver o modo como ela se mexia em cima dele, ouvir os seus gemidos e as palavras que lhe dirigia, assistir ao seu orgasmo, tudo isso não podia ser descrito por palavras. Por mais gráficos que fossem os seus relatos, nada se comparava ao que acabara de se passar em frente dos meus olhos. Sentia-me febril, afogueado. E, claro, estava todo molhado. Ansiava pelo alívio da masturbação.
Ia já a afastar-me quando ouvi a voz da Lara dizer algo que não entendi. Nunca imaginando que lhe restassem energias para mais, mas movido sobretudo pela curiosidade, apurei o ouvido. Apesar de ela falar em voz baixa conseguia entender algumas palavras e pedaços de frases. “Adorei. Adoro fazer amor contigo. Não sei o que se passa comigo. Tu deixas-me num estado… Nunca nenhum homem me deu tanto prazer. Nem o meu marido, nem na sauna. Nunca. Ninguém.”. Estas e outras frases do mesmo género, entrecortadas por beijos e por risos, despertaram-me a atenção. Voltei a espreitar. Ela permanecia ainda escarranchada sobre ele mas elevara o corpo e acariciava-lhe o peito enquanto falava. “Mas tu não te vieste, pois não? Não sei como consegues, eu vim-me várias vezes e tu… continuas com tesão, continuas sim, que eu sinto o teu pau bem teso cá dentro”. Dizendo isto moveu as ancas em círculos e eu imaginei como o pénis dele se devia sentir dentro daquele túnel macio e lubrificado. Pela face trigueira de Alex perpassou um esgar de puro prazer ao mesmo tempo que um gemido rouco se lhe soltava dos lábios. “Ainda estou a tempo” disse ele rindo. “Queres que me venha? Queres? Queres-me fazer vir?”. Como resposta, a minha mulher rebolou por cima dele e pôs-se de gatas. De joelhos afastados, o rabo empinado, toda aberta, a oferecer-se despudoradamente. “Anda! Come-me assim! Por trás. Gostas? Gostas, não gostas? Vem, come-me assim e vem-te dentro de mim. Quero que me enchas toda. Quero sentir o teu leite na minha ratinha.”
Alex não se fez rogado. De um salto colocou-se por trás dela com os joelhos fincados entre as suas pernas. O sexo projetava-se-lhe para diante numa ereção de fazer inveja. Grosso como um punho e proporcionalmente longo, com a pele esticada pela tesão, erguia-se por cima do saco volumoso dos testículos e terminava numa enorme cabeça arredondada. Esta era de um rosa arroxeado e o troco do pénis de um moreno ainda mais escuro do que o resto do corpo. As costas formavam um V atlético desde os ombros largos até à cintura. Músculos salientes percorriam-lhe braços e pernas dando-lhe um ar de ginásio. O peito coberto de pelos suportava um pescoço grosso mas elegante e o ventre era liso e definido. Olhando-lhe para o corpo percebia-se o que tinha despertado a atração da Lara.
Ela, mantendo aquela pose provocante, com o rabo no ar e apoiada nos cotovelos, virou a cabeça por cima do ombro e olhou para ele “Anda, come-me. Quero voltar a sentir o teu pau”. Ele agarrou-a pelas ancas e chegou-se a ela com o membro entesado a tocar-lhe nos lábios vaginais. Depois e sem necessidade de o apontar enterrou-se nela de uma só fazendo-a soltar um pequeno gemido. Após um momento imóvel com o púbis colado às nádegas dela, começou a penetrá-la num vaivém enérgico ao qual ela correspondia arremessando as ancas para trás. O corpo de Alex embatia-lhe no rabo com um estalar sonoro fazendo com que a partir das nádegas um tremor se lhe propagasse pelo corpo. Por baixo do peito os seios balouçavam-lhe como dois grandes frutos maduros e os mamilos eretos descreviam arcos roçando no lençol.
A Lara tão depressa escondia a face na almofada num gesto que lhe salientava a curvatura do dorso e o volume das nádegas, como a seguir se elevava sobre os braços esticados e arqueando as costas olhava-o por cima do ombro. Por vezes metia a mão direita entre as coxas e agarrava-lhe os testículos ou com os dedos apertava-lhe os lábios vaginais em torno do membro. Uma e outra vez vi-o tirar o pénis para fora e roçar-lho entre as nádegas espalhando o fluido vaginal ao longo de rego. Depois agarrava-o e deslizava a glande rapidamente para cima e para baixo de encontro ao clitóris num titilar rápido. Voltava então a penetrá-la com entusiasmo, quase com violência. As suas mãos ora a agarravam pelas ancas e a puxavam de encontro a si fazendo com que o pénis se enterrasse profundamente, ora lhe apalpavam as nádegas apertando-as e mantendo-as afastadas. Ao mesmo tempo ia-lhe massajando o ânus com os dedos lubrificados. A minha mulher parecia apreciar este toque pois quando virava a cabeça para trás e o olhava nos olhos era-lhe bem patente a expressão de profundo prazer. Alex, porque lho lesse no sorriso ou porque soubesse já de outras vezes que ela gosta, fez ali pressão com o dedo médio que aos poucos foi desaparecendo no interior daquele orifício. O músculo em redor contraiu-se duas ou três vezes em pequenos espasmos, depois relaxou-se e voltou a contrair-se aprisionando o dedo dele. Sem abrandar o ritmo nem o vigor com a penetrava, Alex começou então a masturbar-lhe o ânus fazendo o dedo entrar e sair num movimento rápido.
Com o membro potente dentro dela e os seus dedos a penetrarem-lhe o ânus, não tardou a que um novo orgasmo a atingisse. Da garganta soltou-se-lhe um gemido longo e profundo ao mesmo tempo que uma torrente de líquido aquoso se lhe derramava por entre as coxas. Ele por sua vez não demorou muito mais. Durante um minuto continuou ainda as suas arremetidas de encontro ao rabo dela. O pénis, molhado e brilhante, entrava e saía num vaivém frenético arrastando consigo os grossos lábios da vulva num deslizar escorregadio. Por fim, não aguentando mais inteiriçou-se-lhe o corpo, os músculos contraíram-se-lhe como cordas e começou a ejacular. Sujeitando-a pelas ancas manteve-lhe as nádegas estreitamente coladas de encontro ao púbis enquanto o sexo lhe descarregava um rio de sémen dentro do canal vaginal. Quando aliviou a pressão com que a segurava, a minha mulher deixou-se cair para a frente num abandono inerte. O membro, ainda ereto e coberto de uma mistura de fluidos, apontou para cima e um derradeiro jato de esperma jorrou da glande e caiu sobre o rabo dela.
Alex, coberto de transpiração e com a respiração ofegante inclinou-se para a frente e deitou-se sobre o corpo da Lara. Pelo meu lado tinha visto o suficiente. Com a ponta do indicador toquei ao de leve no pénis, naquele ponto mesmo por baixo da glande, onde o freio une a cabeça ao tronco. Imediatamente e sem que o pudesse evitar vim-me num orgasmo intenso.

Este foi o relato, tão fiel quanto a minha memória permite recordar, do que se passou naquele fim-de-semana. Depois desse houve outros (não só fins-de-semana mas também uma ou outra noite em dias úteis) em que o nosso amigo Alex veio ficar a nossa casa. Até hoje, umas vezes com mais frequência outras com menos, ele e a minha mulher têm continuado a ter sexo. Acredito que foi até à data o homem que lhe deu mais prazer. Comigo continua a manter uma amizade algo reservada, mas já conseguimos conversar e até brincar com o assunto. Quanto ao quadro que ficou de desenhar… bem, espero que este relato lhe recorde o compromisso que assumiu.
Contrariamente ao que a Lara possa por vezes pensar, não sinto qualquer género de ciúme. Sinto sim uma ligeira tristeza por não ter a capacidade de a fazer gozar com tamanha intensidade. Isso e também uma ponta de inveja do prazer que Alex tem com o corpo dela. Mas que fique claro, para além das minhas limitações, é-me profundamente gratificante que ela tenha a capacidade de obter tanto prazer. E ele de lho dar. Apesar de a Lara continuar a não querer que eu assista, tenho alguma esperança que esta sua atitude venha a mudar e que possamos, pelo menos algumas vezes, fazê-lo a três. Isto, evidentemente, sem prejuízo de que ela possa manter essas ardentes sessões de sexo com Alex ou com quem ela quiser. Até lá regozijo com os relatos que ela me faz e aproveito o estado de tesão permanente em que ele a deixa.

Comentários

Nuno Lollypop disse…
Parabéns pela espetacular relação e pela mulher fogosa que é a Lara
Brasa disse…
Muito entesoante.
Excelente escrita. Esta vem do fundo da alma. Parabéns.
Paulinho disse…
Fabuloso
Que excitação me deu
Unknown disse…
Sem querer entrar em negativismos e seguindo o velho adágio de que "o seu a seu dono", este é um daqueles fetiches que nunca na vida vou conseguir perceber.

Acho que nunca iria conseguir passar uma experiência nem remotamente semelhante a esta, só a parte do swing já é longe demais para mim, mas a julgar pelo calibre dos comentários devo estar na minoria.

À parte disso, a escrita está muito boa, bastante bem descritiva ao ponto do transporte, e nem se nota um ou outro erro ortográfico.

Infelizmente esta será a minha última leitura, visto que, por estar de facto muito bem escrito, torna-se quase emocionalmente doloroso de ler, o que para mim é de evitar.

Uma boa sorte e um futuro cheio de letras!
Carla Mila disse…
Excitante. Una maravillosa lectura para una tarde lluviosa de viernes en Madrid.
Enhorabuena! Me pareció genial
Saludos
Carla Mila
Anónimo disse…
TURKKULESI BURADAYIZ!
Anónimo disse…
Extremamente excitante!
Nao sei se o casal continua junto, mas seria muito bom a Lara fazer a versao escrita deste fim de semana...

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